Retorno de Saturno e o fim de um ciclo com escrita de ouro.

 Eu sempre sonhei em ser uma agente transformadora na sociedade, desde que me conheço por gente meu movimento individual foi esse: o de priorizar o coletivo. O de escrever e compartilhar meus delírios de presença eu fui criando uma forma de comunicação, um jeito único de ser. Eu não sei como, mas deu certo. Porque hoje eu me sinto única. 

 Sinto que meu jeito de me expressar e ser no mundo é exclusivo de mim própria.

Eu chorei sentada na janela que me inspirou, me molhou, me foi colo dor e cura.

Ali sentada com as nuvens, árvore Zoe e as Montanhas minhas amigas de toda vida eu chorei porque eu podia sentir a completude de uma jornada intensa de autoconhecimento.

Eu caminhei pelos vales mais densos que o calor de Igrejinha, moldada pelo não pertencimento me colocaram. Criei uma vida no modo sobrevivência. Temos tantos sentimentos que ninguém jamais vai saber. Porque a dor que carregamos nos transforma. 

Eu chorei porque me lembrei de todos os meus esforços para ser amada e de quão inútil foi perder meu tempo com as feridas. Porque é tipo o sangue da menstruação, limpa nosso corpo, regenera, hormônios se refazem mas isso não vem sem desconforto.

Eu temo que cheguei naquela fase da vida que as pessoas preferem o mínimo. 

O mínimo.

Eu disse pra mim mesma que eu vou me amar pra sempre. 

Eu chorei porque lembrei das vezes que ali naquela cidade eu não consegui me amar por causa do erro dos outros, das vezes que me coloquei no sufoco, drogas, álcool, amor e jogo.

 E ali sentada eu chorei quando lembrei do que minha psicóloga falou sobre minha necessidade excessiva de cuidar e amparar os outros ... vem disso que recebi em casa… ou melhor do que não recebi. 

Então finalizar um ciclo da minha vida com escrita de ouro, onde pude ir nas escolas da cidade que mais me fez sentir que não pertencia, justamente, por ser sensível e perceptiva foi um presente. Foi uma alegria imensa falar de amor nas salas de aula. Nos ensinam sobre contas e onde colocar vírgulas mas não nos ensinam a amar a nós mesmos. 

E chorei porque agora que sinto amor pelo que sou. Consigo olhar para trás na minha vida e perceber cada passo e cada graça por ser como sou, única, necessária uma mulher bendita que recomeça a vida seja bem vindo RETORNO DE SATURNO!

PS. OFICINA: sobre a oficina o que posso dizer é que foi tudo harmônico, misturei elementos de jogos teatrais com performance de poesia, dança, meditação guiada e alguns ensinamentos de conectar a alma que a espiritualidade me ensinou.

No fim eles escreveram uma carta de amor para si mesmo. E o que mais deixei claro é sobre isso de se dedicar amor todos os dias.

Abaixo algumas fotos.....dias 25 e 26 de abril de 2022, aula de artes com a Prof Aline, de 2 escolas em Igrejinha.