A guerra que vivemos

 



a guerra que vivemos

só nos ataca

se perdemos

a noção de realidade na pele

se não

nem vemos

entre sangue preto, indigena e favaledo

se não for de miséria

é porque você escreveu um livro errado

da mulher que falava certo

Marieli,  libertava mentes

denunciava dementes, 

filhos da maldade do mundo

descrente

e você pode morrer falando a verdade


a guerra que vivemos

ja se acostumou com o feminicidio

e a cada 7 horas

uma de nós morta

mas na minha cidade  eles se preocupam 

mais com o decidio

é patriarcado legítimo 

não querem saber do feminino

porque se não tiver calçado pra fazer

nem mulher para oprimir

uma cidade do interior

que nunca sorri

sobrevive do que?



a guerra que vivemos 

só da paz pra quem é cego, mudo e surdo

é tanto absurdo 

mas eu continuo levando poesia na minha sacola

é tudo que eu tenho pra acrescentar 

no teu carrinho agora


a guerra que vivemos

é que nas tela de 5.7

net

derrete 

as ideias originais de si mesmo

e ai que a rede social virou só mais um desejo

de ser teatral

reaalidade digital

com roteiro e tudo igual

mas o like só  vai  pra quem é profissional 

e mudo

sinto muito que no audio visual

ser visceral na alma ja não conta

ganha mais oportunidade

quem bota banca

quem nunca se espanta

que a escola neoliberal atual

forma mais massas de manobra

que os padeiros construido pistas

em vez de manos braw

consciente e original 

sabendo de si e do poder de sua voz,


a guerra que vivemos 

cala nossa oralidade

faz de nós metades

buscando diariamente as notas

e ai a gente vê elas

ir parar no bolso de quem já tem

e quem rouba pra dar de comer

ao seu pequeno filho 

não vai bem

vai preso 

só quem rouba milhares na política

permanece ileso

protegido, roubando


é que a guerra que vivemos

já neutralizou nossos esforços e assim

a gente faz tudo igual

esperando um mundo diferente

vivendo o novo normal

e nem que eu viva cem anos

aceito tudo isso na minha mente


e mesmo assim

eu permaneço viva


a guerra que vivemos

ocupa meus movimentos

e sem prometer eu invento


porque na guerra que vivemos

a gente ja sabe 

que tudo pode acontecer

então eu respiro

indignada eu piro

é muita desigualdade pra por na balança



a guerra que vivemos nunca vai acabar.

e nem falei da natureza e tudo que estamos a detonar


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