Vazia.


 Tem noites que a vida parece o fim de linha e nesse trem sem destino a viagem do meu dia - solidão - não foi a recompensa. A viagem é que já não somos uma folha em branco e a cada nova assinatura sobre a pele - encontro de dois - somos rabiscados por letras muito diferentes da nossa linguagem. Abro espaço para escreverem em mim. Parece latim. Oi, não entendi? Outro corpo sou e já sei que sobre mim, um corpo raso ou corpo livro de 50 páginas  vai  até fluir mas  nem vou ler até o fim. Deixo raso então, líquido né?  Esqueci que parar de me ler pra oferecer amor já era um aprendizado tatuado na minha pele.  Que erro gostar de amar. Até onde não me pedem, eu crio monólogos pra justificar minha euforia e quando volto. Ops, percebo que estou sozinha e nem fui enganada.  Só fico vazia. Tipo agora. Alucinada e sozinha.

Já diziam as minhas amigas anciãs que amar é ter coragem. 

Mas sabe tem dias que nem coragem vai adiantar , a rua é faca, corta, verdadeira e  afiada.

Pode esperar sentada que na sociedade moderna, amor é vazio.

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