Sobre cultura e profissionalização do artista

 ---SOBRE CULTURA E PROFISSIONALIZAÇÃO DO ARTISTA----


Transitando por estes territórios onde o ponto de vista cultural já não serve como uma romantização dos meus sonhos pro mundo, o que vejo é uma estrada larga de ruas esburacadas e muitos viajantes perdidos, como eu.

O Governo brasileiro destina 1% dos tributos fiscais arrecadados para a cultura e dentro dessa estrada - freada por uma esteira linear e hierárquica - as produções culturais seguem o instinto da selva, esse instinto primário de sobrevivência que depois de 160 mil anos de humanos na Terra , ainda vibra em nós. 

Sobrevivem nas produções aqueles cujo sonho não é mais uma utopia. Aqueles disponíveis para a paciência burocrática.com.br, a diferença entre falar de cultura e fazer. É aqui que se separam os homens e mulheres do meu tempo. Cultura é responsabilidade e de novo transitar nesse terreno profissional e movediço é para os fortes.

Do Governo para o Estado, do Estado para o municipio, do municipio para as cidades. E tudo isso fica muito bonito dentro da teoria. Acontece que na arena a competição é entre quem mata e quem morre.

Mato meu romance artístico para me deparar com as leis e os direitos que foram proclamados na Constituição de 1988 ou morro sufocada nessa estrada esburacada e tão desatualizada da estrutura real da Cultura no Brasil de hoje.

O problema das cidades pequenas eram as panelas constituidas por aquela minoria que além de ter acesso a informação desde cedo, teve pontes estendidas até o outro lado da aprovação. Seja ela por privilégios educacionais, familiares, políticos. 

O problema da cidade grande, como eu vejo, são as pessoas que realmente se movimentam com ações sociais afirmativas, sem amparo para construção de seus projetos concorrendo com os mesmos que já bebem dessa fonte a décadas e incapazes de compartilhar as águas, nadaram sozinhos  - até aqui -no seu mar oceânico e abundante de possibilidade.

A pandemia reverberou para todos os lados que esses editais de LEIS DE INCENTIVO, são para todos.

 E assim, ainda tímidos, nós os pretos, os pobres, os sem pai, caminhamos corajosos no pleito dessa visibilidade que além de ser artista tem que ser burocrata. Aprenda desde cedo que se você quer fazer algo de valor com sua arte a sua representatividade deve ser além da sua imagem. Muito além,. Ah não ser que você escolha não participar desse fomento culturaL que é sim, SEU, por direito. Nenhuma escolha é pra sempre e a cada dia que amadureço eu percebo que junto com matemática deveriam ter aulas sobre Cultura. A gente esqueceu que a cultura é bem mais que todas as artes que nos definem. Cultura é história, passado, presente, futuro. É pertencimento e segurança dentro do bando que você se identifica. Cultura nos condiciona e se a gente não perceber os efeitos dela na nossa vida diária você pode ser influenciado por ideias que nem escolheu ter. Apenas aceitou os condicionamentos coletivos do seu tempo. Um exemplo muito atual e polêmico, o próprio Big Brother. O que é isso que mais de 600 milhões de pessoas assistem, segundo seu próprio criador... 

E aí... bom,

só posso te desejar boa sorte, disciplina e bons contatos, com certeza é isso que você vai precisar!

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